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As espécies silvestres se originaram na Cordilheira dos Andes, na América do Sul, provavelmente principalmente no Peru e no Equador, e acredita-se que tenham sido domesticadas no México pré-colombiano; seu nome é derivado da palavra náuatle (asteca) “tomatl”. O tomate, juntamente com o milho, a batata, as pimentas e a batata-doce, foi introduzido na Europa no início do século XVI com as viagens de Colombo. Na França e no norte da Europa, o tomate foi inicialmente cultivado como planta ornamental e era visto com desconfiança como alimento, pois os botânicos o reconheciam como parente da venenosa beladona e da erva-moura-mortal. De fato, as raízes e folhas do tomateiro são venenosas e contêm a neurotoxina solanina. Os tomates foram introduzidos na América do Norte a partir da Europa. O tomate já era usado como alimento na Louisiana em 1812, mas não nos estados do nordeste até cerca de 1835. Ele só alcançou popularidade generalizada nos Estados Unidos no início do século XX. Atualmente, a planta é cultivada comercialmente em todo o mundo.
O tomate cultivado (Solanum lycopersicum) é o vegetal mais consumido no mundo devido ao seu status de ingrediente básico em uma grande variedade de alimentos crus, cozidos ou processados. Pertence à família Solanaceae, que inclui várias outras espécies de importância comercial como a batata, o pimentão e a berinjela. Esta planta cultivada pode ser perene ou semiperene, mas comercialmente é considerada anual.
O hábito de crescimento da planta varia de indeterminado a determinado. A raiz primária pode crescer vários metros de comprimento. O caule é anguloso e coberto por tricomas pilosos e glandulares que conferem um cheiro característico. As folhas são dispostas alternadamente no caule e variam em forma, podendo ser lobadas ou compostas. Todas as folhas são cobertas por tricomas pilosos glandulares.
O fruto do tomate é globular ou ovóide. Botanicamente, o fruto é uma baga, um fruto carnoso simples que envolve sementes na polpa.
Os tomates passam por quatro principais estágios de crescimento durante seu ciclo de vida:
Germinação da semente: o primeiro estágio é naturalmente a brotação da semente, mas o tomate normalmente é transplantado no início do cultivo. Isso significa que os agricultores compram mudas prontas para transplante de viveiros especializados que garantem plantas de alta qualidade.
Estágio vegetativo: durante este estágio, a maior parte da energia da planta de tomate é direcionada para a formação de raízes fortes e folhas. O caule ficará mais resistente para sustentar o peso crescente das folhas.
Estágio de floração: a planta de tomate começará a desenvolver seu primeiro conjunto de flores. As plantas de tomate determinadas são aquelas que produzem todos os frutos de uma só vez. Após a floração, essas plantas geralmente param de produzir novas folhas. Já as variedades indeterminadas continuam crescendo, produzindo novas folhas e flores mesmo após este estágio.
Estágio de frutificação: neste estágio, as pétalas da flor secam e o fruto do tomate começa a inchar. O fruto inicialmente é verde e mantém essa cor até atingir o tamanho completo. Quando chega ao tamanho ideal, inicia o processo de amadurecimento. O primeiro sinal de amadurecimento ocorre na extremidade inferior do fruto, chamada de extremidade floral.
O tomate é uma planta herbácea perene, mas muitas vezes é cultivado como uma cultura anual, mesmo que existam formas bienais e perenes. O tomate é cultivado em climas tropicais e temperados, em campo aberto ou em estufas em regiões de clima temperado. As estufas são frequentemente utilizadas para a produção em larga escala.
Em clima quente, com a intensidade de luz adequada para o crescimento, são necessários cerca de 45 dias da germinação até a antese e 90 a 100 dias até o início do amadurecimento dos frutos. O destino da produção — seja para a indústria de processamento ou para o mercado fresco — determinará as cultivares semeadas, o momento da colheita e os processos de colheita, que podem ser manuais ou mecânicos.
O tomate é uma cultura de crescimento rápido, com um período de cultivo de 90 a 150 dias. Trata-se de uma planta neutra ao fotoperíodo. A temperatura média diária ideal para o crescimento está entre 18 °C (64,4 °F) e 25 °C (77 °F), com temperaturas noturnas entre 10 °C (50 °F) e 20 °C (68 °F). Diferenças maiores entre as temperaturas do dia e da noite, no entanto, afetam negativamente a produtividade.
A cultura é muito sensível à geada. Temperaturas acima de 25 °C (77 °F), quando acompanhadas de alta umidade e ventos fortes, resultam em redução da produtividade. Temperaturas noturnas acima de 20 °C (68 °F), combinadas com alta umidade e baixa incidência solar, levam a um crescimento vegetativo excessivo e baixa produção de frutos.
O tomate pode ser cultivado em uma ampla variedade de solos, mas prefere franco-arenosos profundos e bem drenados.
O cultivo do tomate requer uma fertilização adequada: é muito importante evitar excessos ou deficiências de nutrientes. Essa cultura exige altas quantidades de potássio e cálcio. A fertilização orgânica é muito útil porque, ao fornecer nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, micronutrientes e matéria orgânica, favorece o bom desenvolvimento e a saúde das plantas. Ela também ajuda a melhorar solos pobres e exaustos e a evitar o excesso de salinidade no solo, que é o principal problema dos fertilizantes químicos.
O tomate absorve grande quantidade de potássio, que influencia a qualidade final dos frutos. O fósforo favorece o crescimento das raízes nos estágios iniciais e o crescimento vegetativo da planta, além de desempenhar um papel importante no desenvolvimento dos frutos. Ele é necessário já na fase inicial do desenvolvimento do tomate, e mais especificamente em forma orgânica, para evitar problemas de insolubilidade.
O nitrogênio é essencial para obter bons resultados quantitativos e qualitativos. Recomenda-se fornecer nitrogênio em forma orgânica antes do transplante e uma aplicação posterior em estágio mais avançado. O cálcio é útil para melhorar a firmeza e a vida de prateleira dos tomates, além de prevenir a podridão apical. As aplicações de boro garantem uma boa frutificação, maior número de frutos e melhor peso dos frutos. O boro também tem efeito positivo na qualidade e na vida útil dos frutos.
A cultura também se beneficia da aplicação de produtos com ação bioestimulante, à base de microrganismos benéficos e hidrolisados proteicos vegetais. Esses produtos são capazes de estimular o desenvolvimento radicular nos estágios iniciais, melhorar a disponibilidade de nutrientes no solo, aumentar a produtividade tanto em termos quantitativos quanto qualitativos e reduzir o impacto negativo dos estresses climáticos. A aplicação de bioestimulantes aumenta a sustentabilidade ambiental e econômica do sistema de produção.
Antes da aração
Transplante
Crescimento vegetativo
Floração
Desenvolvimento do fruto
Maturação